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Origem da α-PVP

    A α-PVP é um dos derivados sintéticos da catinona, estando incluída no grupo dos derivados da α-pirrolidinofenona [1].

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   As catinonas sintéticas são uma família de compostos análogos estruturais da catinona, um dos principais componentes psicoativos presentes nas folhas da planta Catha edulis, mais conhecida como khat. Esta família tem emergido recentemente em vários países como alternativa à anfetamina, à ecstasy e à cocaína, sendo vendida como "sais de banho" ou "alimentos para plantas", de modo a escapar às restrições legislativas. Atualmente, existem inúmeros novos derivados da catinona no mercado ilícito de drogas estando, por isso, incluídos nas Novas Substâncias Psicoativas (NSP) [1].

Catha edulis

Catinona

Sabia que...

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...em 2014 foram reportadas pela primeira vez 31 novas catinonas sintéticas, fazendo delas o segundo maior grupo de substâncias monitorizado pelo Centro Europeu de Monitorização para Drogas e Adição (EMCDDA)? [2]

Adaptado de [2]

Farmacologia das catinonas sintéticas

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   As catinonas sintéticas são conhecidas por provocar efeitos psicostimulantes, uma vez que são capazes de atravessar a barreira hematoencefálica. No entanto, esta capacidade é inferior às anfetaminas devido ao grupo β-cetona que provoca um aumento na polaridade da molécula [1].

    No caso dos derivados da α-pirrolidinofenona, onde se inclui a α-PVP, o grupo pirrolidina aumenta a lipofilia e, consequentemente, aumenta a capacidade das moléculas para atravessar a barreira hematoencefálica. Esta parece ser a razão para o aumento da popularidade deste tipo de catinonas sintéticas [1].

Anfetamina

Catinona

α-PVP

  • Mecanismo de ação

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    Os efeitos psicostimulantes advêm da interação das catinonas com os transportadores que medeiam o “reuptake” das monoaminas, nomeadamente o transportador de dopamina (DAT), o transportador de noradrenalina (NET) e o transportador de serotonina (SERT). Esta interação pode resultar numa maior libertação destas aminas para a fenda sináptica ou na inibição do seu “reuptake” para o neurónio pré-sináptico, havendo sempre um aumento da concentração destes neurotransmissores na fenda sináptica [3]. No entanto, a seletividade dos derivados da catinona para cada transportador varia consideravelmente, resultando em diferenças nos efeitos psicostimulantes e no potencial de abuso que provocam [5].

Estimulação

Inibição

Noradrenalina

Dopamina

Serotonina

Adaptado de [3]

Bilhete de identidade

Síntese

Referências:

[1] Zaitsu K, Katagi M, Tsuchihashi H, et al (2014) Recently abused synthetic cathinones, α-pyrrolidinophenone derivatives: a review of their pharmacology, acute toxicity, and metabolism. Forensic Toxicol 32:1-8.

[2] European Monitoring Centre for Drugs and Drug Addiction (2015), New psychoactive substances in Europe. An update from the EU Early Warning System (March 2015), Publications Office of the European Union, Luxembourg

[3] Valente MJ, Pinho PG, Bastos ML, et al (2014) Khat and synthetic cathinones: a review. Arch Toxicol 88:15-45

[4] Beck O, Franzén L, Backberg M, et al (2016) Toxicity evaluation of α-pyrrolidinovalerophenone (α-PVP): results from intoxication cases within the STRIDA project. Clin Toxicol 54:568-575

[5] Simmler LD, Buser TA, Donzelli M, et al (2013) Pharmacological characterization of designer cathinones in vitro. Br J Pharmacol 168:458–47

 

    Entre os vários tipos de catinonas sintéticas, os derivados da α-pirrolidinofenona são das drogas mais utilizadas [1]. A α-PVP apresenta uma estrutura muito semelhante à da pirovalerona, uma substância incluída neste grupo, que foi desenvolvida nos anos 60 para o tratamento da letargia, fadiga e obesidade. Mais tarde, a pirovalerona foi retirada do mercado e classificada como uma substância narcótica [4].

α-PVP

Pirovalerona

    No geral, as moléculas que interagem com os transportadores das monoaminas podem ser classificadas como bloqueadoras, quando inibem o reuptake do neurotransmissor, ou substratos, quando promovem a libertação do neurotransmissor para a fenda sináptica pela inversão da direção habitual do fluxo do neurotransmissor [2].

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