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Toxicocinética

    É muito pouca a informação que existe sobre os processos de absorção, distribuição, metabolismo e eliminação (ADME) da α-PVP no organismo do homem. No entanto, nos últimos anos têm surgido estudos in vitro, assim como estudos de casos de intoxicações em humanos, que revelam alguma informação sobre o metabolismo e a eliminação da α-PVP [1].

    De acordo com esses estudos em humanos, foi possível detetar a presença da molécula da α-PVP não alterada, assim como uma série de moléculas transformadas, resultantes do metabolismo [1].

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    A partir de amostras de urina humana, foram identificados sete metabolitos de fase I (M1-M7) [2]. A α-PVP pode sofrer redução [R] no grupo carbonilo (M6), seguida por uma hidroxilação [OH] no anel pirrolidínico (M4), uma desidrogenação[DO]/oxidação [O] para formar uma estrutura lactâmica (M3) e uma subsequente abertura desse anel [AA] para formar um aldeído alifático combinada com uma hidroxilação adicional na cadeia lateral (M2). Além destas vias, a α-PVP também pode ser transformada em M5 depois de duas hidroxilações no anel pirrolidínico, uma delas na posição α ao átomo de azoto, seguida por uma oxidação com abertura do anel e formação de um aldeído. Pela perda [P] da cadeia hidroxiaminobutanal do M5 ou do anel pirrolidínico da α-PVP, forma-se o M1 [2]. Por fim, a α-PVP pode também sofrer diretamente uma hidroxilação seguida de oxidação na posição α do anel pirrolidínico, formando o M7 [3]. O anel aromático pode também sofrer hidroxilação, muito provavelmente na posição 4 [4].

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    Como reações de fase II, são conhecidas duas que incluem a glucoronidação dos metabolitos M3 e M6 [2]. Os metabolitos resultantes da hidroxilação do anel aromático podem também sofrer glucoronidação [4].

 

 

 

 

α-PVP

M7

M6

M1

M5

M2

M3

M4

M6-GLU

M3-GLU

[R]

[OH]

[DO]/[O]

[AA] e [OH]

[P]

[P]

[OH] e [O]

2[OH], [O] e [AA]

​

​

    Relativamente às enzimas que catalisam estas reações, a CYP2D6 é a única responsável pela formação dos metabolitos M4, M5 e M6 mas também é importante na formação do M1 e M2. A CYP2B6 e a CYP2C19 são as principais enzimas responsáveis pela formação dos metabolitos M1, M2 e M3 [1]. Para além disso, a enzima CYP3A4, juntamente com as enzimas CYP2B6, CYP2C19 e CYP2D6, catalisam a hidroxilação da cadeia lateral da α-PVP [1].

    A partir de uma análise de amostras de urina de um consumidor que administrou uma mistura de drogas por via intravenosa, foi obtido um tempo de semi-vida de eliminação urinária de 22h para a-PVP [5].

Adaptado de [1,2]

Síntese

Referências:

[1] WHO Expert Committee on Drug Dependence. 1-Phenyl-2-(pyrrolidin-1-yl)pentan-1-one (α-PVP). Critical Review Report. Agenda item 5.3. Thirty-seventh meeting of the Expert Committee on Drug Dependence. Geneva, Switzerland, 16-20 November 2015.

[2]Negreira N, Erratico C, Kosjek T, et al (2015) In vitro Phase I and Phase II metabolism of α-pyrrolidinovalerophenone (α-PVP), methylenedioxypyrovalerone (MDPV) and methedrone by human liver microsomes and human liver cytosol. Anal Bioanal Chem 407:5803–5816.

[3] Shima N,  Katagi M, Kamata H, et al (2014) Metabolism of the newly encountered designer drug α-pyrrolidinovalerophenone in humans: identification and quantitation of urinary metabolites. Forensic Toxicol 32:59-67.

[4] Valente MJ, Pinho PG, Bastos ML, et al (2014) Khat and synthetic cathinones: a review. Arch Toxicol 88:15-45

[5] Namera A, Konuma K, Kawamura M, et al (2014) Time-course profile of urinary excretion of intravenously administered α-pyrrolidinovalerophenone and α-pyrrolidinobutiophenone in a human. Forensic Toxicol 32:68-74

Mecanismo de ação

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